O estado mental com o qual cumprimos nossas tarefas cotidianas varia. Às vezes, estamos totalmente concentrados e comprometidos com a atividade. Em outras situações, ficamos completamente aborrecidos por ter de cumpri-la. Duas palavras estão intimamente relacionadas com essa variação de ânimo: motivação e engajamento.
É possível observar esse fenômeno em qualquer esfera da vida. Há pessoas que limpam e organizam a casa com total devoção pois nada as deixa mais feliz que um lar bonito e bem cuidado. Outras consideram a faxina e arrumação verdadeiras torturas. Na prática de esportes, nos estudos e, é claro, no trabalho, acontece o mesmo.
O que torna esse assunto importante é o fato de que o nível de motivação e engajamento de uma pessoa impacta diretamente no resultado da tarefa realizada. Em uma empresa, pode estar aí o caminho para ter colaboradores produtivos, eficientes e que, acima de tudo, fazem um trabalho de qualidade.
“Dar um gás” nem sempre é o suficiente
Motivação e engajamento são dois termos frequentemente confundidos, mas que têm significados distintos. Para entender o que é motivação, você pode quebrar a palavra em duas: motivo + ação. Ou seja, ela corresponde ao que faz uma pessoa agir, iniciar uma tarefa, não estagnar.
Costuma-se dizer que a motivação é intrínseca, vem de dentro, é uma característica pessoal. Afinal, cada indivíduo tem os seus motivos para se colocar em ação. Alguns iniciam uma atividade porque são apaixonados pelos desafios, outros por curiosidade, ou quem sabe apenas porque têm prazer em se sentir competentes.
A verdade, no entanto, é que pode ser criado um ambiente que contribua para funcionários mais motivados. Isso é possível quando a empresa aprende a identificar as necessidades que levam ao bem-estar e satisfação de cada um. Assim, os trabalhadores encontrarão mais razões para se colocarem em movimento.
Palestras e jogos motivacionais, opções de muitos gestores, podem até funcionar, mas geralmente são paliativos, não duram pra sempre. Veja um exemplo na seguinte frase:
“A melhor maneira de iniciar é parar de falar e começar a fazer” – Walt Disney
Para alguns, é uma dica simples e óbvia, mas a frase pode motivar um procrastinador – pessoa que tem tendência a postergar o início de uma atividade – a parar de enrolar e começar a fazer o seu trabalho. Na semana seguinte, porém, provavelmente as palavras de Walt Disney não terão o mesmo efeito.
E isso pode acontecer mesmo em soluções motivacionais mais eficazes. Como a implantação de um sistema de metas, que premia com bônus financeiros aqueles que apresentam bons resultados. Funciona no início, até que os funcionários percebam que não é somente o dinheiro que os move. É aí que entra em cena o engajamento.
Propósito: todos precisam de um
Enquanto a motivação é o motivo para alguém se colocar em ação, o engajamento é mais profundo e tem um prazo maior de duração. Ele não impacta apenas no cumprimento de uma tarefa, mas sim no envolvimento do colaborador com os seus deveres e na perseguição aos objetivos da empresa.
A grande diferença é que o profissional engajado encontra no próprio trabalho a motivação para se dedicar totalmente às suas tarefas. E para ir além: ser criativo, proativo e propor melhorias. Porque o engajamento tem a ver com um fator que, embora muitas vezes seja negligenciado, é importantíssimo para empresas de qualquer porte: o propósito.
O propósito de uma organização tem a ver com a sua essência. Em alguns casos, é o mesmo desde a fundação do negócio. Mas não estamos falando de uma motivação pessoal do empreendedor, como ganhar dinheiro. O propósito é maior: é a marca que a companhia pretende deixar na sociedade.
Para saber mais, leia este artigo sobre essência, propósito e identidade. O fundamental é saber que o propósito deve ser verdadeiro. Por exemplo, uma marca que não tem a sustentabilidade como um dos eixos da sua cultura organizacional pode tentar se vender como uma empresa verde, mas dificilmente convencerá.
Quando o propósito é verdadeiro e os colaboradores se identificam com ele, eis a receita do engajamento. Os funcionários saberão que cada ação sua tem um significado maior. Com esse envolvimento emocional, o entusiasmo e o nível de concentração para cumprir as tarefas do dia a dia é outro.
Motivação e engajamento na cultura organizacional
Como acabamos de ver, um funcionário engajado terá uma disposição natural para o trabalho diário. Isso significa que o melhor caminho não é motivar para engajar, mas sim o contrário: construir um ambiente em que os funcionários reconheçam um propósito no que fazem. Não há combustível maior que esse.
Mas não é só isso. Liderança inspiradora, oportunidades de crescimento, reconhecimento e recompensas são outros fatores que colaboram para o engajamento dos recursos humanos de uma empresa. E também uma cultura que valorize o intercâmbio de ideias e que dê espaço para inovação e diálogo, independente de áreas e hierarquias.
Isso tudo não quer dizer que se preocupar com a motivação não é importante. Mesmo quem está engajado em um objetivo maior enfrenta na sua rotina inúmeras atividades que não despertam muito entusiasmo. Uma tarefa operacional ou burocrática atribuída a um profissional criativo, por exemplo.
O problema é que esses serviços, como quaisquer outros, também devem ser feitos com a máxima concentração – pois o resultado final depende disso. As lideranças, portanto, precisam estar atentas para manter suas equipes com a máxima energia possível, não apenas nos grandes projetos.
Sem apelar, entretanto, para soluções fáceis. Como impedir ou restringir o acesso às redes sociais e o uso de smartphones. Claro que esses são obstáculos à produtividade, mas capacitar os funcionários sobre a gestão do tempo e oferecer atividades de mindfulness podem funcionar muito melhor que a proibição – e ainda contribuir para o engajamento.
No final, está tudo interligado. A motivação, o engajamento, o bem-estar e o senso de pertencimento de um colaborador. Ter isso em mente é um grande passo para construir uma empresa produtiva, eficiente e inovadora. Quer saber mais sobre o assunto? Marque uma conversa com a gente!
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